quinta-feira, 31 de maio de 2012



lágrimas
lágrimas cruéis
queimam minha alma
lágrimas cruéis
acompanham meus lamentos
dias e noites eu sofri
ouvindo choros, canções tristes
várias pessoas eu vi
mortas para o sol, acorrentadas na dor
as noites foram piores.
rios de lágrimas quentes
escorrendo pelas estradas das angústias
turvando o brilho da lua
então eu que assistia tudo chorei
chorei pelos homens, pela humanidade
chorei pelas crianças e meu coração sangrou
sangrou até morrer de dor, chorei...
minha alma ficou perdida,
neste mundo de horrores
minha alma morreu para o sol
está acorrentada em todas as dores



Anjo Mau
lágrimas cinzentas percorrem o véu negro
enquanto ela espera, incessantemente,
de braços abertos, o cair dos gélidos cristais
congelados pela ação erosiva do trauma
e conservados pelo rancor
ah, luz que rasga o anil infinito
vai de encontro à própria ruína
taca fogo nas almas lúgubres que lhe deram
a vida e a morte
faça arder o sangue azul que desconhece
fulmina o encantador pesadelo que anseia em o consumir
anda
dilacera o prazer da dor
oh, maldito, tua destruição foi justa como a de todos
e o teu homicida recebeu a recompensa que valia tua existência
mas foi castigado pela própria sombra que o consumiu
teu delicioso sofrimento e teus gemidos silenciosos
glorioso momento de tua derrota


    

  














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